Resumo: A filosofia de Nietzsche pode ser caracterizada por vários aspectos que a distanciam da estrutura fundamental do pensamento ocidental, mas, em especial, quando ele defende a ideia de uma transvaloração de todos os valores. Sua critica tem como principal objetivo questionar os valores fundamentais da cultura ocidental, estabelecidos ao longo da história do ocidente e como retrato da fusão da cultura judaico-cristã com a tradição metafisica da filosofia. Pois quando Nietzsche aponta para esses valores, faz um paralelo entre valor e realidade a partir de metafisica e repudia o caráter em si dos valores. Roberto Machado afirma, em Nietzsche e a Verdade, que “Neste sentido, melhor do que caracteriza-la como uma filosofia dos valores, a perspectiva nietzschiana, deve ser definida como uma filosofia de avaliação, da valoração que afirma que só há valor graças a avaliação” (2006, 85). Nietzsche critica a identidade estabelecida pela metafisica como enganosa, fraudulenta e propõe a criação de novos valores, com a perspectiva de valores de vida e novas possibilidades de vida e desprendimento de todos os valores morais. Portanto, pode-se dizer que a transvaloração de todos os valores, seria a mudança de perspectiva que permita pensar sobre os valores dominantes no mundo ocidental e no niilismo que marca essa cultura e seu modo de ver a vida. Neste trabalho, nos propusemos a fazer uma analise dessa provocação do filósofo a partir das indicações que ele mesmo nos da em Ecce Homo, na primeira dissertação da Genealogia da Moral, e no aforismo 260 de Além do Bem e do Mal.

Palavras-chave: Transvaloração. Crítica a Metafísica. Moral