Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), I Encontro Anual de Iniciação Científica da Unespar

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AS DCEs E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
Wiliam Aparecio Coelho, Flávio Brandão Silva

Última alteração: 2015-11-18

Resumo


O processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa deve ter como parâmetro uma abordagem que privilegie, no processo de aquisição da linguagem, o aprimoramento da língua materna, a história, o sujeito e o contexto, deixando de ser somente o repasse de regras ou mera nomenclatura da gramática tradicional, para oportunizar atividades escolares mais próximas das práticas sociais letradas e cidadãs. Desta forma, faz-se necessária uma prática pedagógica que leve em consideração a diversidade linguística, pois o sistema oficial de ensino, há alunos que trazem consigo usos linguísticos próprios desses meios em que vivem. Assim sendo, a proposta deste trabalho é analisar as Diretrizes Curriculares Estadual de Língua Portuguesa (DCEs) e verificar como se dá a abordagem da linguística no referido documento oficial, a fim de chamar a atenção para a importância da inserção da variação linguística no processo de ensino e aprendizagem da língua materna, em vistas à formação de um sujeito que tenha consciência das possibilidades que a língua oferece e que consiga se expressar de forma adequada nas diferentes situações comunicativas. A pesquisa foi realizada a partir do método qualitativo e seguiu as seguintes etapas: a) levantamento bibliográfico sobre a variação linguística e o ensino de língua portuguesa; b) fichamento e discussão dos textos nos encontros de orientação; c) análise das DCEs de Língua Portuguesa. As DCEs apresentam como base de sua composição os pressupostos teóricos de Mikhail Bakhtin sobre a relação entre a linguagem e a sociedade. Dessa forma, as Diretrizes assumem uma concepção de linguagem como realização social, a partir da necessidade de interação que os sujeitos apresentam, nas diferentes relações humanas. Por isso, o documento oficial oriente para o trabalho na sala de aula a partir das práticas discursivas. A análise demonstrou que as DCEs, documento oficial que orienta o processo de ensino-aprendizagem de língua portuguesa no Estado do Paraná, em vários momentos aborda a variação linguística e a coloca como um elemento a ser trabalhado nesse processo. No que se refere às práticas discursivas, por exemplo, a variação linguística é abordada, com maior ênfase, nas práticas de oralidade, tendo pouca referência nas práticas de leitura e de escrita. Isto revela que a abordagem da variação nas DCEs não é, suficientemente, clara, o que pode fazer com que esse tema seja ignorado pelos professores, na sala de aula, ou seja trabalhado de forma tangencial, como um conteúdo isolado, não propiciando a formação de um sujeito, de fato, proficiente em sua língua materna.


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