Última alteração: 2015-10-20
Resumo
RESUMO: Este trabalho, vinculado ao Programa de Iniciação científica, da Unespar/Campus de Campo Mourão, apresenta um estudo em torno da literatura de autoria feminina contemporânea, tendo como base o romance Memorial de Maria Moura (1992), de Rachel de Queiroz. Neste sentido, tem por objetivo analisar a presença feminina na obra, com ênfase à caracterização de sua protagonista enquanto uma donzela-guerreira: personagem feminina que perpassa a história, a mitologia e a literatura, destacando-se pela resistência aos princípios arcaicos de repressão e submissão da mulher, instituídos nas sociedades patriarcais. Para tal análise, faz-se imprescindível considerarmos os aspectos históricos, sociais e ideológicos do espaço e do momento de enunciação do romance: o nordeste brasileiro de meados do século XIX, marcado pelo ciclo do cangaço, pelo coronelismo e pelas relações de dominação, parentesco e compadrio. Para tanto, nos fundamentamos, principalmente, nos pressupostos de Hollanda (1997), em relação à produção literária de Rachel de Queiroz, Zolin (2009), acerca da crítica feminista, Galvão (1998) e Oliveira (2005), no que diz respeito às figurações da donzela-guerreira na História e na Literatura. Assim, pretendemos contribuir para as pesquisas atuais voltadas à crítica literária feminina, refletindo sobre o modo como a obra de Rachel de Queiroz problematiza os valores do masculino e do feminino no âmbito literário e, consequentemente, social.