Iniciação Científica (PIC) e Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), I Encontro Anual de Iniciação Científica da Unespar

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A REFLEXÃO POLÍTICA SOBRE O PODER TEMPORAL E O PODER ESPIRITUAL NA OBRA DE MONARCHIA DE DANTE ALIGHIERI
Valdirene Metz, Armindo José Longhi, Everton Grein

Última alteração: 2015-11-18

Resumo


Dante Alighieri primeiramente é lembrado como “poeta da Comedia”, e em segundo plano é notado como um pensador. Escreveu tratados menores, mas não menos importantes, transitava entre a poesia, a filosofia, a língua, a política e como diz Gabriel F. de Almeida Paizini “Essa capacidade de escrever sobre tantos temas talvez espante um leitor contemporâneo, contudo, o homem erudito medieval não pensava por compartimentos, sua obsessão era o conhecimento em sua totalidade”. (p.5). Para o homem medieval seu conhecimento de mundo não era fragmentado como o nosso atualmente, sua visão do indivíduo como uno, onde não diferencia o interno do externo, os dois devem andar em conformidade, o interno seria o religioso, o que moraliza e o lado externo seria o politizado, o das relações sociais. Esse homem viva em sociedade e em paz com suas obrigações religiosas satisfazendo suas necessidades e seus anseios, seja por obrigação, medo ou pela fé, o que importa é manter essa união entre o corpo e o espirito. O homem medieval voltava-se para um bem maior, ou seja, servir as necessidades do Império e da Igreja. Dante quando entra para a vida política não se corrompe, não prestava favores, independente de quem lhe solicitasse. Governava Florença pensando na paz e no bem de todos os cidadãos, dentro das leis dos homens e principalmente das leis de Deus. Dante tenta solucionar as querelas entre os dois poderes: espiritual e temporal. Defende a Monarquia como a forma mais justa de governar, pois o Monarca estaria destituído de interesses particulares o que permitiria uma governabilidade pautada sobre a justiça que visaria à paz do império. Dante também compreende que o poder temporal é independente do poder espiritual, pois o poder espiritual da Igreja é dado por Deus, e não pode ser contestado, da mesma forma o poder temporal tem sua legitimidade e a Igreja não pode atentar dominar tal terreno, pois esta não tem autoridade para delegar sobre o Imperador, pois não faz parte de sua função, cabendo a Igreja cuidar do que é espiritual e ao império cuidar dos interesses pertencentes à natureza. Cabe ainda finalizar que tanto a Igreja quanto o Império ambos devem destinar-se ao cuidado da manutenção da vida humana cada um em sua área e especificidade. Ambos devem cuidar da felicidade humana tanto terrena quanto eterna. Zelar por tal cuidado deve estar no cerne da governabilidade das duas forças políticas, um objetivo comum entre entidades diferentes.


Palavras-chave


Poder temporal; Poder espiritual; Monarquia.

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