Última alteração: 2015-10-20
Resumo
A presente pesquisa levantou e analisou relatos de egressos de projetos sociais que estudam música nesse contexto, considerando a visão dos próprios participantes. Para muitos estudantes de música, esses espaços ainda são os únicos que possibilitam o acesso à prática e ensino musical formal. O objetivo principal consistiu em compreender e levantar como a educação musical oportunizada em projetos sociais contribuiu com ações, melhorias e novas perspectivas para a vida de jovens com formação oriunda desses espaços. A pesquisa foi qualitativa, com a utilização da entrevista semi-estruturada e a indicação dos participantes foi realizada a partir da técnica da bola-de-neve. Como fundamentação teórica são trazidos autores brasileiros (KATER, 2004; KLEBER 2006; SANTOS, 2006, 2007; WEILAND, 2010; NASCIMENTO, 2014; FREITAS, WEILAND, 2014) que discutem práticas pedagógico musicais desenvolvidas em projetos comunitários, bem como analisam os resultados da inclusão social por meio da educação musical. Foram dez egressos entrevistados, oriundos de cinco projetos sociais. Considerando os objetivos secundários, (a) pode-se considerar que os projetos sociais constituem-se como facilitadores da inclusão social, pois 60% continuam estudando música em instituição de ensino formal ou continuam sua prática em grupos instrumentais ou corais; (b) quanto às contribuições sociais, os participantes mencionaram o desenvolvimento do companheirismo, amizade, socialização e cooperação entre eles, bem como da sua própria disciplina, elevação da auto estima e alegria de aprender, enquanto que, em relação às contribuições musicais, os egressos citaram ter aprendido teoria musical e seus elementos, bem como instrumentos; (c) por último destacaram que a prática coletiva de instrumentos e canto ocorreu por meio da flauta doce, canto coral, violão, piano, flauta transversal e violino. Conclui-se que a participação nesse contexto de ensino trouxe melhorias sociais e musicais para os jovens, salientando-se que todos mencionaram que só tiveram oportunidade de estudar música pela oferta nestes espaços. Em relação a entrevista, por se tratar de jovens egressos, 50% preferiu realizá-la por redes sociais respondendo em tempo real ao invés de faze-lo face a face, o que sugere preferência por esta forma de comunicação e a adequação no delineamento metodológico para novas pesquisas.