Última alteração: 2015-11-18
Resumo
As novas formas de comunicação, regidas pelas tecnologias móveis, propiciam ao indivíduo novas experiências e formas de se relacionar com o espaço e com o(s) outro(s), reconfigurando e atualizando os modos de ser e estar no mundo. Vivenciamos a plena era da Cultura da Mobilidade (LEMOS, 2004). Ao olhar para a Dança imersa neste contexto, objetivamos compreender o corpo dançante na perspectiva low e high tech (SPANGHERO, 2003), pelo pressuposto de uma aproximação entre teoria e prática, visando contribuir para uma reflexão a partir do entendimento de “corpo interface”, proposto por Lúcia Santaella (2013). A hipótese aqui defendida, parte do entendimento que a imbricação dança-tecnologia, mediadas pelos conceitos de espaços híbridos e interface, projetam um corpo mais autônomo, com alta capacidade de imersão e emersão e gerenciam conhecimentos múltiplos, ao intermediar dois ou mais sistemas, a fim de criar sentido e comunicação entre ambas. Os espaços híbridos, compreendidos também como espaços móveis, é um espaço conceitual criado pela fusão entre espaços físicos e digitais, intermediada pelo uso de tecnologias móveis como interfaces sociais. Ou seja, um espaço híbrido constitui-se pela conexão de mobilidade e comunicação, e materializado por redes sociais (SOUZA e SILVA 2006). A fim de articular as reflexões teóricas desta pesquisa, surge como resultado prático a videoinstalação performática intitulada “HumanON”, que objetivou, de forma poética, convidar outros indivíduos, dançantes ou não, a afetar-se, mesmo que brevemente, pelos espaços móveis e a vivenciar o “corpo interface”, pelo intermédio de uma outra ótica, outro espaço, outra experiência estética e poética. Esta nova experiência abre a possibilidade de olharmos para o corpo de uma forma diferente, passando a enxergar o homem contemporâneo como um “corpo ubíquo” – um corpo presente, ativo e dialogante com as inúmeras informações que o circunda (espaço físico e rede digital). O mesmo encontra-se fragmentado em diversos pontos desta imensa rede, cujos pontos se deslocam constantemente. Além deste pensamento de corpo ubíquo, percebemos que o mesmo também é um corpo interface, que por si só já possui a característica de ser um corpo reflexivo, a ponto de filtrar o que lhe convém ou não, permitindo ou não de ser contaminado pelas informações que lhe transpassa. Afetado está: HumanOn.