Atualmente os produtos apícolas são produzidos em ambientes muitas vezes considerados inóspitos, uma vez que as abelhas operárias efetuam viagens exploratórias num raio de até sete quilômetros que cercam o seu habitat para recolher o material necessário para o mel. Em busca pelo néctar e pólen das flores, as abelhas podem ter contato com essas áreas inóspitas, microrganismos e demais partículas suspensas no ar que aderem ao seu corpo e serem depositados na colmeia junto com o pólen, ou podem ser absorvidos junto com o néctar das flores, ocasionando a contaminação do produto. O estudo realizado para a determinação dos metais-traço no mel de abelhas pode ser considerado uma ferramenta para o biomonitoramento ambiental. A concentração dos metais traço nos produtos apícolas reproduz o perfil de metais de toda a região visitada pelas abelhas operárias, sendo excelentes bioindicadores ambientais, útil na avaliação do grau de contaminação daquele espaço. Assim, o objetivo deste trabalho foi efetuar a caracterização dos elementos metálicos Mg, Ca, K, Zn, Pb, Na, Co, Fe, Cu, Cd, As e Mn em amostras de mel provenientes da região noroeste do Paraná, pela Espectrometria de Absorção Atômica de Chama segundo metodologia da Association of Official Analytical Chemitrys. As análises foram efetuadas no Laboratório de Química – Departamento de Química da Universidade Estadual de Maringá, Paraná. Foram analisadas seis amostras, nas quais os metais As, Co, Cd e Fe não foram detectados nas amostras. Três das amostras analisadas apresentaram níveis do metal chumbo elevado, quando comparadas com o valor máximo permitido pela legislação brasileira. A detecção deste elemento (chumbo) e outros metais pesados em grandes proporções podem indicar que o ambiente em que se encontra a colmeia está contaminado. Diversos são os vínculos de contaminação, destes o solo, ar, água, e até materiais utilizados na área de extração do mel, podem consequentemente serem introduzidos juntos na colmeia.