Este trabalho tem o propósito de analisar as variadas faces da feminilidade, especialmente o envolvimento em crimes, especialmente contra o patrimônio, como furto, apropriação indébita e latrocínio, e também contra a fé pública como a falsificação de dinheiro/moeda.  Além disso, buscamos desenvolver uma discussão sobre a história das mulheres e a questão da violência, abordando o contexto de 1965 a 1980, mediante a análise de processos crimes, da Comarca de Guarapuava. Essas mulheres envolvidas em crimes contra o patrimônio foram julgadas pelas práticas de tais delitos, diante disso procuramos investigar seu envolvimento em tais práticas, bem como os argumentos e motivações apresentadas para os crimes e violência. Com base na produção historiográfica e na análise documental, nosso intuito é refletir sobre a atuação das mulheres na sociedade, principalmente na condição de autoras da violência, desmistificando discursos naturalizados da feminilidade passiva e de estereótipos idealizados apregoados às mulheres. Como suporte teórico, baseamo-nos especialmente em referências como Margareth Rago, Joan Scott e Michelle Perrot que contribuem para entender as mais variadas construções sociais das relações de gênero perpassadas por relações de poder.

Palavras-chave: violência feminina; gênero; relações de poder.