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A presente pesquisa tem o intuito de analisar as representações da mulher veiculadas na imprensa católica do norte do Paraná. Para tanto, foram tabulados os conteúdos do Jornal Folha do Norte do Paraná do ano de 1975 que faziam referência à mulher, a partir da leitura de todas as matérias, totalizando 3.770 arquivos eletrônicos do jornal digitalizado.  As discussões sobre gênero dizem respeito à forma como cada sujeito se entende e se apresenta (feminino ou masculino) no mundo. Tal conceito visa compreender que as definições de homem e mulher são construções sociais, de modo que, embora haja diferenças biológicas entre os sexos, procura-se perceber que as mesmas não devem funcionar como formas de opressão. Quanto ao recorte temporal, a análise do material considera o contexto do ano de 1975, dedicado internacionalmente à mulher pela Organização das Nações Unidas (ONU) e considerado Ano Santo pela Igreja Católica, sendo ainda marcado pela Ditadura Militar, pelo desenvolvimento econômico do país e pelas discussões acerca da implantação do divórcio. Com base nos dados coletados, a análise foi organizada em três categorias: O Ano Internacional da Mulher, Casamento e Divórcio. A pesquisa realizada nos possibilita afirmar que o Jornal não deixa de colocar a mulher em estereótipos pré-definidos, como boa mãe, esposa e filha, sendo sempre de forma direta ou indireta alvo de algum tipo de inferiorização de gênero. Ao mesmo tempo, notam-se lentas, porém significativas, conquistas da mulher nos espaços públicos e mudanças comportamentais, de modo que o periódico acompanha essas mudanças, não ignorando-as, porém tentando sempre firmar seus preceitos com base nas doutrinas da Igreja Católica.

Mulher; religião; Jornal.